quarta-feira, 15 de março de 2023

Registro fotográfico do V CONGEAfro (2018). Fonte: Arquivos Roda Griô, 2023.

Reprodução do Roteiro-Guia do encontro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Roda Griô-GEAfro: Gênero, Educação e Afrodescendência - RODA DO DIA 20 de janeiro de 2017


AFRODESCENDÊNCIA: a narrativa que fortalece OUTRAS VERDADES. 

 Francis Musa BOAKARI  &  Francilene Brito da SILVA 

O que quer dizer é uma coisa;

As palavras usadas podem dizer muito mais (Provérbio – Mendes, S.Leoa)


Do que se trata?

É uma tentativa de definir (explicar-problematizar-contextualizar) o que são a AFRODESCENDÊNCIA e outros termos relacionados a fim de construir novas aprendizagens e posturas em relação ao discurso (e do fazer!) das/os AFRICANAS/OS, nossas/os ASCENDENTES, DESCENDENTES, nossas HISTÓRIAS e REALIDADES ontem - contemporâneas. Problematizar os nossos REFERÊCIAIS é criticar IDENTIDADES atribuídas (e forçadamente “co-construídas por não protestar/renegar/substituir/descartar...”), reconhecer as nossas CONQUISTAS, afirmar as nossas POTENCIALIDADES e contextualizar as POSSIBILIDADES. 

Dizer o seu nome, “a sua graça”, é assumir as suas HISTORICIDADE e SUBJETIVIDADE como parte de uma COLETIVIDADE que está e está SENDO. É problematizar a própria EXISTÊNCIA. Assumir a vocação ONTOLÓGICA. 


“E por isso, as lutas pelas palavras, pelo significado e pelo controle das palavras, pela imposição de certas palavras e pelo silenciamento ou desativação de outras, ou lutas em que se joga mais que simplemente palavras, algo mais que somente palavras” (LARROSA, 2007, p. 153)


Quem são afrodescendentes? 

01. Pessoas nascidas no continente africano 

02. Pessoas nascidas nos diversos países africanos – pessoas nascidas, mas cidadãs de outros países hoje – Níveis de afrodescendência ou tipos diferentes de afrodescendência? 

03. Afrodescendentes das diásporas   - pelo menos 3 tipos até hoje 

04. Pessoas cujas/os antepassadas/os tinham relações genéticas com a África 

05. Afrodescendência fenotípica e/ou Afrodescendência genotípica e/ou Ideológica? 


Principais aspectos a ser considerados: 

Assumir a afrodescendência é provocar um REPENSAR CONTINUADO de respeito às/aos africanas/os, ao continente africano e às/aos filhas/os das DIÁSPORAS:

01. Dimensões históricas – narrativas do passado – presente – futuro ... outros termos não têm

02. Considerações sociológicas

03. Perspectivas econômicas 

04. Características políticas 

05. Fatores culturais 

O que têm as outras identificações raciais? 

i. Negatividade 

ii. Hetero-atribuída – “objetos nomeados” – nomear é explicitar posse/controle

iii. Histórias e memórias de sofrimento e desumanizações 

iv. “Coisas ruins de que precisa escapar” – categorias entre “preto-branco” – censo 1970

v. Estáticas – não acompanham as transformações positivas  

vi. Pessoas não vistas como gente, mas como problemas .

Algumas vantagens da categoria AFRODESCENDENTE...:

Ao usar a categora afrodescendente como fator identitário dos povos africanos (de todos os tempos e lugares – tempos/espaços – continente-diáspora?), estamos dizendo que: 

a. O mundo é complexo e precisa ser abordado desta maneira, com categorias que tentam capturar a DINAMICIDADE das realidades, dos povos, das comunidades e dos indivíduos; 

b. Cada grupo de seres humanos está enraizado em realidades diversas e esta diversidade precisa ser reconhecida/valorizada através do retorno às suas RAÍZES;   

c. Todos os povos trazem à mesa dos encontros, uma bagagem cultural cuja riqueza será melhor aproveitada quando e se tiver DIÁLOGOS; 

d. Com a afrodescendência, há espaço para discutir/aprender/trabalhar o UBUNTU como princípio de vida em comunidade; e 

e. Na recusa de respeitar as teses “a”, “b”,  “c” e “d” acima, se pratica não somente os genocídio e etnocídio, mas, acima de tudo, o EPISTEMICÍDIO …  Quando mata o valor do pensar da/o outra/o, ela/e morre uma morte morrida! 

Considerações e articulações com as pesquisas [e outros PROJETOS na vida]

Área de pesquisa: Educação e afrodescendência – sucesso da mulher brasileira afrodescendente. 

- Sucesso educacional como uma pedagogia de auto-valorização;

- Mulher afrodescendente, a mais discriminada, mostrando o seu verdadeiro poder de superar dificuldades e servir de exemplo positivo – da mais excluída à mais integrada – “as poderosas” - afrodescendência como marca de superação, criatividade, … 


Informações de fontes para PESQUISA articulada: 

ADICHIE, Chimamanda. Chimamanda Adichie – Os perigos de uma história única. LEGENDADO. Vídeo publicado em 19 de mai. 2012. Categoria: Educação. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ZUtLR1ZWtEY&spfreload=10>. Acesso em: 15 jul. 2015.

CÉSAIRE, Aimé. Discurso sobre o Colonialismo. Tradução de Noémia de Sousa. Lisboa: Sá da Costa Editora, 1978. Disponível em: < https://escrevivencia.files.wordpress.com/2014/03/aimc3a9-cc3a9saire-discurso-sobre-o-colonialismo.pdf>.  Acesso em: 16 ago. 2015.

COELHO, Raimunda Ferreira Gomes & BOAKARI, Francis Musa. Por que afrodescendente? E não negro, pardo ou preto? In: I CONGRESSO SOBRE GÊNERO, EDUCAÇÃO E AFRODESCENDÊNCIA: CONQUISTAS, EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS, 2013, Teresina. Anais do I CONGEAfro. Teresina: EDUFPI, 2013. CD-ROM.

CUNHA JUNIOR, Henrique. Me chamaram de macaco e nunca mais fui à escola. In: GOMES, Ana Beatriz Sousa; CUNHA JÚNIOR, Henrique. (Orgs.). Educação e afrodescendência no Brasil. Fortaleza: Edições UFC, 2008, p. 229-240. 

CUNHA JUNIOR, Henrique. Nós, afro-descendentes: história africana e afro-descendente na cultura brasileira. In: ROMÃO, Jeruse. (Orga.). História da Educação do Negro e outras histórias. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade,

2005. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001432/143242por.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2015.

CUNHA JUNIOR, Henrique. Tecnologia Africana na Formação Brasileira. Rio de Janeiro: CEAP, 2010. Disponível em: < http://www.ifrj.edu.br/webfm_send/268>. Acesso em: 12 ago. 2015.

DECLARAÇÃO e Programa de Ação adotados na III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata. http://www.inesc.org.br/biblioteca/legislacao/Declaracao_Durban.pdf/view

FANON, Frantz. Pele Negra, Máscaras Brancas. Tradução de: Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008. Disponível em: <http://kilombagem.org/wordpress/wp-content/uploads/2015/07/Pele_negra_mascaras_brancas-Frantz-Fanon.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2015.

HALL, Stuart. Da diáspora : Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG; Brasília: Representação da UNESCO no Brasil, 2003.

HALL, Stuart. A Identidade Cultural da Pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 1997.

KAMEL, Ali. Não somos racistas: uma reação aos que querem nos transformer numa nação bicolor. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. 

MIGNOLO, Walter. Descobediencia Epistémica: retórica de la modernidad, lógica de la colonialidad, gramática de la descolonialidad. Buenos Aires: Ediciones del Signo, 2010.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do Poder, Eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo. (Org.). A Colonialidade do Saber: eurocentrismo e ciências sociais – perspectivas latino-americanas. CLACSO: Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. Set. 2005. (Colección Sur Sur). Disponível em: <http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/>. Acesso em: 30 nov. 2014.

RISÉRIO, Antonio. Por um olhar brasileiro. In: RISÉRIO, Antonio. A utopia brasileira e os movimentos negros. São Paulo: Editora 34, 2012, p. 17-37. 

ROCHA, José Geraldo da. De Preto à Afrodescendente: implicações terminológicas. Cadernos do CNLF, Vol. XIV, Nº. 2, T. 1. Disponível em: <http://www.filologia.org.br/xiv_cnlf/tomo_1/899-907.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2015.

SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (orgs.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. 

UNESCO – DÉCADA INTERNACIONAL DOS AFRODESCENDENTES – 2015-2024.    Tema: “Afrodescendentes: reconhecimento, justiça e desenvolvimento”. http://www.unesco.org 


sábado, 4 de fevereiro de 2023

IX Congresso sobre Gênero, Educação e Afrodescendência: Narrativas e diásporas para aprender a ser-existir hoje  

Aconteceu de 09 a 11 de novembro de 2022


Queremos lembrar aqui no blog o texto que trouxemos no site do IX CONGEAfro do ano de 2022:

Reflexões 

“Salvar” (salavá, saravá), “salve!” ou “viva!”, vem de povos africanos de língua de tronco linguístico bantu. Suaíle, lingala, luganda, quicongo, quimbundo, umbundo, chócue, nianja, xona, ndebele, tsuana, sesoto, zulu, xhosa, ovambo, sepedi, suazi, são todas línguas bantas. Esse tronco está incluído em um grupo linguístico maior chamado benue-congolês, da família linguística nígero-congolesa, que conta com mais de seiscentas línguas. Como então acreditar que qualquer povo, chamado de africano, tenha uma cultura monolítica e fixa ou uma história única? Especialmente, como acreditar que não há vozes que saúdam, salvam, vivam suas histórias? Histórias estas que também não são binárias, assim como não são as vozes de afrodescendentes e indígenadescendentes. (Francis Musa Boakari e Francilene Brito da Silva, In: Afrodescendentes em Narrativas Cotidianas,  2021, p. 365-366).

Aproveitamos os nossos saberes produzidos em Roda para refletir sobre estas palavras e enfatizar aprendizados com o “recordar” como salvar narrativas. Entre nós, devemos estes créditos às pessoas historicamente esquecidas, pois, aprendemos a referenciar somente aqueles autores que já têm “respaldos” na academia. Falando em narrativas e diásporas nossas, afrodescendentes e indigenodescendentes, o IX CONGEAfro (2022) será um congresso internacional híbrido (agora totalmente on-line) com solicitação e diálogo, especialmente, entre Brasil/Moçambique (Universidade Rovuma, UniRovuma, em Nampula e Universidade de Pungue, em Chimoio – Moçambique), bem como, multi-universitários (UESPI, UFMA, UERJ, UEMASUL) e multi-campi (UFPI, Teresina & Floriano), envolvendo pessoas interessadas na temática do evento. Queremos aprender a nos valorizar. Com isso, nos cuidamos e protagonizamos cuidados, como arte de fazer kindezi.  

Kindezi é uma arte focada não apenas no cuidado dos jovens da sociedade, mas no crescimento do Ndezi (o cuidador, aquele que pratica a arte da Kindezi). Em outras palavras, ao passo que uma pessoa desenvolve as habilidades da Kindezi, desenvolve-se a si mesmo. Ndezi deve ajudar o muntu, o “sol vivo” a “brilhar” (6); e, no processo, ele/ela aprende como “brilhar” com o poder do “sol vivo”. (ANI, 2017, s/p.).

Entre “narrativas e diásporas para aprender a ser-existir hoje” é o sub-tema do IX CONGEAfro, o qual nos convida a continuarmos em roda viva e expandir nossos sóis, nossos modos e usos de aprender-ensinar em meio às dispersões históricas, inclusive pela arte. Estas são movimentos ou instabilidades, as quais nos desafiam a (re)agirmos por meio de nossas múltiplas narrativas.

Deste modo, o Núcleo de Estudos e Pesquisas RODA GRIÔ/GEAfro: gênero, educação e afrodescendência tem sido um espaço-tempo de pessoas sábias e interessadas em coparticipar de diferentes Rodas (encontros, workshops, podcasts, minicursos e outras atividades colaborativas) a fim de contar as suas histórias, compartilhando vivências próprias e/ou estas através das contribuições de outras pessoas com interesses semelhantes, focando nas questões das mulheres, em particular as de descendência africana, as educações e as afrodescendências, nas suas ricas maneiras de ser-viver. Apresentar ideias de recordar memórias e narrar é, também, nosso modo de dizer que a RODA está mais uma vez abrindo as suas portas para participações-contribuições diversas. Porque, parafraseando o povo mende de Serra Leoa, quando pessoas interessadas numa questão se juntam em torno desta mesma, outras “coisas pequenas-grandes se desenvolvem”. Com ponderações assim, apresentamos as pretensões deste IX CONGEAfro.

O objetivo desse encontro em roda é recordar, como um ato e gesto de ação cotidiana que nos salva da complacência de tempos históricos em que pagamos com as nossas vidas a barbárie da negação dos nossos corpos-saberes. Assim, este congresso, em sua nona edição tenta para nos dizer que recordar é preciso, como ato e gesto de (re)existência, porque historicamente (re)agimos diante de todas as formas de discriminações. Nos convoca também a cuidar de nós, como as práticas humanas (humanidade e humanização) que, para alguns povos africanos e afrodescendentes, se chamam kindezi e saravá. Estas nos ajudam a entender que não naufragamos porque a memória nos traz à lembrança o que somos de fato: vidas e mundos antes das diásporas e cheias/os de narrativas salvas em nossos corpos, pelo cuidado de nós mesmos, sol nas águas diaspóricas desafiantes do existir. Somos um “nós”, não existimos em ubuntu sem esse nós. Pois, eu sou porque nós somos (RAMOSE, 2002).

         Deste modo, aproveitamos algumas vivências sócio-acadêmicas como memórias-narrativas da RODA GRIÔ chamando atenção aos sub-titulos dos CONGEAfros desde 2013:

2013 – I Congresso sobre Gênero, Educação e Afrodescendência (CONGEAfro):  conquistas, experiências, desafios (dias 06-07-08 de novembro de 2013).

2015 – II Congresso sobre Gênero, Educação e Afrodescendência (CONGEAfro):  orgulho de ser afrodescendente - lugares e identidades (dias 03-04-05-06 de novembro de 2015).

2016 – III Congresso sobre Gênero, Educação e Afrodescendência (CONGEAfro):  direito de ser nas relações de poder (dias 09-10-11 de novembro de 2016).

2017 – IV Congresso sobre Gênero, Educação e Afrodescendência (CONGEAfro):  descolonialidades e cosmovisões (dias 07-08-09 de novembro de 2017).

2018 – V Congresso sobre Gênero, Educação e Afrodescendência (CONGEAfro):  justiças social e epistêmica na Década dos Povos Afrodescendentes (dias 05-06-07-08-09 de novembro de 2018).

2019 – VI Congresso sobre Gênero, Educação e Afrodescendência (CONGEAfro):  políticas públicas e diversidade - quem precisa de identidade (dias 06-07-08 de novembro de 2019).

2020 – VII Congresso sobre Gênero, Educação e Afrodescendência (CONGEAfro):  afrodescendentes em narrativas cotidianas (dias 03-04-05-06 de novembro de 2020, no formato on-line).

2021 - VIII Congresso sobre Gênero, Educação e Afrodescendência (CONGEAfro):  esperançar em crises históricas (dias 03 a 04 de novembro de 2021, no formato on-line). 

E assim, nesta nona edição, onde propomos construir também, das experiências dos últimos dois CONGEAfros que foram inteiramente online, ousamos convidar, usando a modalidade hibrida, para apresentar-discutir-explicar-problematizar a temática do Gênero, Educação e Afrodescendência sob as perspectivas das “narrativas e diásporas para aprender a ser-existir hoje”.  

Objetivo Geral

- Aprender a recordar-salvar nossos modos e usos de ser-existir hoje com as nossas narrativas em diásporas cotidianas, nas pesquisas, nas vivências (convivências) e na vida que tecemos. O conceito de narrativa abarca também aqui as produções artísticas humanas.

Recordar é preciso

O mar vagueia sob os meus pensamentos

A memória bravia lança o leme:

Recordar é preciso.

O movimento vaivém nas águas-lembranças dos meus marejados olhos transbordar-me a vida,

salgando-me o rosto e o gosto.

Sou eternamente náufraga,

Mas os fundos oceanos não me amedontram

E nem me imobilizam.

Uma paixão profunda é a boia que me emerge.

Sei que o mistério subsiste além das águas. Conceição Evaristo (2017, p. 11).

São nove anos de CONGEAfro e com Conceição Evaristo convidamos para mais uma grande Roda, no período de 09 a 11 de novembro de 2022, dizendo que “Recordar é preciso”. O verbo (ação) recordar aqui pretende apresentar sentidos de movimentos que as nossas narrativas em diásporas promovem em atos e gestos políticos cotidianos, uma busca por uma ética do ser-existir hoje, como o sol que brilha nas águas diaspóricas do imenso oceano da vida. Este congresso justifica-se pela necessidade de encontro consigo mesma e com outras pessoas, para nos enredarmos, num processo de sistematização das nossas curiosidades, em curiosidades epistemológicas (FREIRE, 2011), a partir de nossas narrativas. De insistirmos no exercício de dizer que nossas narrativas importam e, por isso, recordar é preciso. O CONGEAfro é esse espaço-tempo de aprender a vaguear sob nossos pensamentos, tendo o mar e outros elementos demarcadores/de transição como travessia. É esse espaço-tempo de aprender o “movimento vaivém nas águas-lembranças” como em outras ondas de vivências/convivências. É tempo-espaço de aprendermos a marejarmos os olhos, salgando o rosto e tomando o nosso gosto, nos mobilizando. É tempo-espaço de continuarmos emergindo apesar de tudo e de tanto. Eclodindo com tudo que somos e ainda podemos vir a ser-sendo. A pandemia e tantos desafios político-sanitário-cultural-educativo-artístico-sociais têm nos provocado como náufragos, abandonadas/os por políticas com discursos includentes, mas não podemos esquecer, com o CONGEAfro, que para nos emergir temos a consciência de que somos sóis ubuntu em ações kindezi de saravá. Um congresso hibrido (agora totalmente on-line) com as características descritas acima, viabilizará um sonho assim.

Equipe Organizadora do IX CONGEAfro -  nov. 2022.

terça-feira, 1 de março de 2022

AFRODESCENDÊNCIAS – HISTÓRIAS, IDENTIDADES, SUBJETIVIDADES COLETIVAS

 Francis Musa BOAKARI  &  Francilene Brito da SILVA 
 

Dos escombros, dos picos, das planícies, dos rios e lagos, das savanas, dos serrados, das florestas e dos territórios dos afetos e epistêmicos, corpos-saberes afrodescendentes em diásporas emergiram em todos os cantos do mundo (que conhecemos) como “humanidade”, que, depois, foi escrita como “Humanidade” eurocentrada-ocidentalizada. Viramos uma experiência de ordem global/local “cartografada” em livros didáticos e histórico-identitários?

Vozes ancestrais ecoam nestas cartografias de linhas escritas, inscritas em nós mesmas/os. E, nos ensinam que os traços trançados aí desvelam afrodescendências tecidas nas fronteiras entre uma história que quis ser única e universal e muitíssimas histórias que são únicas e plurais, nas permanências e/ou diásporas dos nossos cotidianos. As lâminas que fatiaram territórios e vidas, não puderam fatiar as nossas territorialidades e vivências. Estas ecoam persistentemente e resilientemente a todo momento. Mas, como ecoamos? Como e o que é ser afrodescendente? O que estamos chamando de Afrodescendências – no plural?

Para ecoarmos as mensagens mais relevantes para/da humanidade, precisamos lembrar, sustentando que numa sociedade racista como a brasileira: “preservar a sanidade mental é privilégio” como diria o Ricardo Corrêa (2022, p. 02), enfrentando as atitudes e comportamentos. Contra os valores e atos que desumanizam as pessoas viabilizando uma sociedade de “neuróticos” (FANON, 2008), é imprescindível saber que as imagens negativas e históricas do povo de origem africana precisam ser substituídas (“desconstrução”) “pela reconstrução de novas imagens que o libertem da alienação e da negação de sua humanidade” (CORRÊA, 2022, p. 4).  Parece que Fanon (2008, p. 26) aponta para o eco mais central e mais ausente – “O problema é muito importante. Pretendemos, nada mais nada menos, liberar o homem de cor de si próprio. Avançaremos lentamente, pois existem dois campos: o branco e o negro”. Sim, para fazer o mundo lhe escutar, tem que se ouvir primeiro.    

Das possibilidades atualmente imagináveis, podemos dizer que ser afrodescendente é possuir linhagem genética de origem fenotipicamente africana (especialmente dos povos sulsaarianos no continente africano) de diversos períodos históricos. Assim, há afrodescendentes do continente, como também, há das diásporas. Da mesma forma, há afrodescendentes não fenotípicos, mas são as pessoas que reconhecem as suas origens, mais longínquas como seres humanos, afrodescendentes porque ativamente conscientes de fazerem parte da humanidade. Ser AFRODESCENDENTE é ato político. Ser afrodescendente é aceitar a sua HUMANIDADE. Ser afrodescendente é reconhecer a validade de uma HISTÓRIA e as suas teias de histórias individuais e das de pequenos grupos socioculturais. 

Deste modo, Afrodescendências seriam referências aos dinâmicos modos enriquecedores de se pensar – se conceber – se reconhecer – se aceitar – se afirmar – se expor – se defender – se apresentar – ser/sendo Afrodescendente individual e coletivamente. Afrodescendências são reconhecimentos das humanidades de outros povos também. Com as descendências como base das histórias nacionais-locais, as inclusões sociais seriam facilitadas. Narrativas como outras explicações-justificativas como o que segue, ficarão mais frequentes e menos hostilizadas.   

A colonialidade, precedida pelos colonialismos europeus como projeto moderno/global/capitalista/epistemicida (mas, não de toda a Europa) negou outras formas de civilidades complexas (sociedades outras, inclusive na própria Europa) e trouxe suas invenções apelidos desumanizadores como “negros”, “índios”, “amarelos”, “mestiços”, “pretos”, “africanos”, “asiáticos”, “indianos” para demarcar geopoliticamente povos ditos “não-brancos”, que se situavam nos lugares que foram inventados também como África, Ásia, América, Caribe e outras terras inventadas como não-europeias (?). Mas, parece que era preciso enfatizar que não tínhamos história-descendência, para que estes apelidos funcionassem político-social-culturalmente. E para que a influência econômica (sedução capitalista), o poder colonial (aspectos bélicos da colonização), bem como, a colonialidade de poder (aspecto cultural e epistêmico da colonização) se concentrassem nas mãos daqueles que teciam estes mapas estruturantes (religiões, estéticas, políticas, práticas de gestão – economias, sociedades). Assim, nos parece que outros termos foram sendo criados dentro das nossas identidades cotidianas para escaparmos das exclusões, que esta experiência global-local nos obrigou a enfrentar-sobreviver. Submergidos nessa cartografia de subalternização, aprendemos a solapar esta estrutura racista (machista, sexista, homofóbica e outros instrumentos excludentes semelhantes) e a nos manter vives. Como fizemos isso? Só saberemos responder se ouvirmos as nossas próprias histórias, as histórias das nossas-nossos. Mas, como ouvir o que muitos calam? Como ouvir o que fala por outros discursos e não por uma história eurocentrada?

Com as resistências políticas, sociais, econômicas e culturais, estamos conseguindo continuar a caminhada, porque os nossos passos veem de longe, e sabemos que devemos-podemos continuar caminhando em trilhas diversas e com passos individuais-coletivos possíveis/sendo construídos.

Muitas-os-es de nós continuam calando como modo, tática de enfrentamento das discriminações e autodisciplina, para não despejar toda raiva-frustração histórico-cotidiana das nossas realidades em quem não merece. Controle e disciplina pela vocação humanitária (ontologia humana) visando humanização dinâmica do mundo-planeta – existências planetárias!    

Sem mostrar as riquezas da sua família, seria a pobreza que lhe definirá, dizia a minha avó em Serra Leoa (Francis Musa Boakari). Assumir que, no que temos existem valores intrínsecos, seria uma prática a ser aprendida-assimilada-operacionalizada nos nossos cotidianos. Tentativas permanentes e pequenas vitórias autodefinidas são mais importantes que conquistas grandiosas. 

Desde os primeiros contatos com a Europa, existem outros discursos antes dos europeus. São estes, os discursos nossos que precisam ser reconhecidas-valorizadas-proclamadas, acima de tudo, por nós mesmas-os-es. Sem assumir o que é nosso, o que é dos outros, persistentemente, teria mais espaço-atenção-respeito-valor-cobiça.

De novo, como boas estudantes das culturas humanas, que continuamente aprendemos a ser, é melhor repetir questões que julgar.

Voltamos as duas primeiras questões e outras, também, muito relevantes nestas ponderações identitárias: Como e o que é ser afrodescendente? O que estamos chamando de Afrodescendências – no plural? Para você leitora/r, estas questões são importantes? Com qual frequência pensa em questionamentos assim? Você já conversou com alguém sobre questões deste tipo? Por quê? 

Passeando pela Revista Capitolina (FREITAS, 2016), encontramos o seguinte trecho: 

Na época em que morei fora do país era comum ouvir os meus amigos e conhecidos falarem com informações bastante detalhadas sobre seus ancestrais. “Meu avô paterno é filho de um austríaco com uma italiana. Ele veio pra América e conheceu a minha avó, que é filha de um russo com uma francesa”, e eu achava essas histórias incríveis. Eu ouvia aquilo tudo muito atenta, impressionada com essas ligações que reportavam às mais antigas gerações. Mas quando chegava a minha vez de falar sobre os meus ancestrais, a única coisa que eu sabia dizer é: “Os meus antepassados vieram da África”. E nada mais.

Neste, podemos perceber o que essa história eurocentrada provocou em nós. Um sentimento de não pertencimento? Talvez seja importante ouvir outra historinha. Vamos lá?

No dia 22 de fevereiro de 2022, fomos visitar o Museu do Piauí/ Casa Odilon Nunes (MUP), lá encontramos algumas salas de exposições, nas quais estavam “inscritas” narrativas históricas que nos fizeram refletir bastante. Em várias destas salas, havia mobiliário de madeira, artesanato piauiense, entre outras peças de relevância para nossa história, que foram trabalhadas por artesãos e artesãs afrodescendentes e indígenas destas regiões nossas. Mas, chamou-nos atenção, o fato de apenas em uma sala, a sala “Cultura Afro”, ser mencionada como uma narrativa afrodescendente. (Diário de pesquisa dos autores do texto, dia 22.02.2022, Teresina-PI). 

Esse passeio nos ensinou que temos histórias afrodescendentes (e indígenas) gritando por todos os lados, mas não estamos conseguindo narrar. Talvez porque ainda acreditamos que não temos história. Deste modo, será impossível ouvir os gritos que nos ensinam como e o que somos. Talvez, aprendemos a não questionar os apelidos que nos subalternizam, pois, estes não nos dão o trabalho de ouvir os gritos que ecoam por toda a cartografia de lembranças da nossa família, sociedade. Talvez a história da nossa família não recupere uma narrativa parecida com as narrativas de descendência eurocentradas, mas, certamente, nos ensinarão que somos afrodescendentes. E, no plural. Porque temos muitas histórias.  Não somos um ramo seco nesta floresta. Além disso, mesmo que não consigamos ver as raízes de uma árvore, não quer dizer que esta não as tenha.

Ao procurar um conjunto de raízes, porque sabemos de suas existências que precisam ser evidenciadas, há outras que a gente nem precisa procurar. Tanto se evidenciam que parecem tocar nos olhos, batem nos ouvidos, e até tiram o ar dos nossos pulmões.  Falar das histórias afrodescendentes (e indígenas) numa narrativa de um museu contemporâneo numa capital nordestina brasileira, dizem tudo sobre outra descendência cuja presença é tão ofuscante, tão atual-histórica, que nem precisa ser nomeada. A sua ‘presença soberana’ está no silenciamento sobre ela e a sua ‘invisibilidade’, constitui o ar respirado. Com a presença ubíqua, não precisa mais nada.

As Afrodescendências combatem o encaixotamento das nossas identidades com nomenclaturas castradoras das nossas histórias e agências históricas. Como nomenclaturas heteroatribuídas, facilmente legitimam os colonialismos de todos os tempos e permitem as colonialidades com seus efeitos epistemicídas. As Afrodescendências como construções auto-atribuídas e auto-descritivas, viabilizam desenvolvimento e adaptações continuadas de nomenclaturas outras. Elas apontam para e incentivam reconhecimento de identidades emergentes, deixando explícita a complexidade destas nas suas diversidades. Identidades estas comprovando que no final das contas, o ser humano sendo um ser em construção permanente, precisa de descritores com características inclusivas, incentivando abertura para estudar-analisar-entender e trabalhar com outras pessoas em sociedades que não enterram suas cabeças na areia, para não trabalhar políticas públicas que tentam diversificar nas diversidades.    

As Afrodescendências são dedos nas feridas das colonizações – pás nas mãos de arqueologias outras – modos de pensar em mentes objetivamente persistentes – e bocas emitindo palavras que humanizam todas-es-os. SEMPRE! E, por que são “dedos na ferida colonial”? Porque suscitam que contemos as nossas histórias (diferentes e tão iguais em suas complexidades). Porque descender é ter histórias para contar e não se fixar em uma história única mal contada.

REFERÊNCIAS:

CORRÊA, Ricardo. Ser negro é estar em estado de permanente dor. Instituto Humanitas Unisinos, ADITAL. Disponível em: https://www.ihu.unisinos.br/615628-ser-negro-e-estar-em-estado-permanente-de-dor. Acesso em: 10 fev. 2022.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.

FREITAS, Júlia. De Onde Viemos: a história dos afrodescendentes no brasil. Ano: 2, 24º. Ed., 8 mar. 2021. Disponível em: http://www.revistacapitolina.com.br/de-onde-viemos-a-historia-dos-afrodescendentes-no-brasil/. Acesso em: 27 fev. 2022.


Mapa da diáspora africana do início do século XVII até 1873. Fonte: A Cor da Cultura. Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-3-Mapa-da-diaspora-africana-do-inicio-do-seculo-XVII-ate-1873-Fonte-A-Cor-da_fig3_317256274. Acesso em: 18 fev. 2022. 

 BOAKARI, Francis Musa e SILVA, Francilene Brito da. Afrodescendências – histórias, identidades, subjetividades coletivas. Texto didático para a Roda de Conversa do Núcleo de Estudos e Pesquisas RODA GRIÔ-GEAfro: Gênero, Educação e Afrodescendência Dia 04 de março de 2022. Teresina, PI: [RODA GRIÔ], 2022. Disponível em: http://rodagrioufpi.blogspot.com/.

domingo, 17 de outubro de 2021

 

https://viiicongeafro.wixsite.com/2021 - Cartaz: FBS, 2021.




TABONO

Remo.

Símbolo de força, confiança e persistência.

(NASCIMENTO & GÁ, 2009, p.144-145).

Cara(o) Griô,           

É com o desejo do encontro e da partilha de experiências que chamamos você para participar do VIII CONGRESSO SOBRE GÊNERO, EDUCAÇÃO E AFRODESCENDÊNCIA: ESPERANÇAR EM CRISES HISTÓRICAS – dias 10, 11 e 12 de novembro de 2021, de maneira on-line – para dialogar-ensinar-aprender sobre/com nossas narrativas, que trabalhem criatividades, sucessos, protagonismos, fraternidades, sororidades, forças, confianças, persistências e conquistas diversas, como maneiras de esperançar de afrodescendentes nos seus diferentes cotidianos, problematizando racismos, machismos, discriminações, violências, hegemonias, hierarquizações epistêmicas e sociais em geral.

Este ano, na oitava edição, pedimos inspiração ao ideograma tabono, uma das letras/símbolos ou adinkra do povo aká de Gana, mais especificamente, para pensar/sentir o esperançar diante dos eventos mundiais desde março do ano passado, em particular sobre a doença provocada pelo Novo Coronavírus, a Covid-19, e das crises que já enfrentamos com êxito silencioso como povos historicamente e criativamente com força, confiança e persistência. Esperançar, nutridas/os por “força, confiança e persistência” históricas é o nosso modo de incentivar pensamentos positivos – atividades construtivas – consequências existenciais de afirmação das existências particulares dos povos afrodescendentes dos continentes e das diásporas. 

Te convidamos também para passear pelo nosso site: https://viiicongeafro.wixsite.com/2021. E, ao decidir participar, queremos te dizer que estaremos muito alegres por sua companhia neste congresso. Aproveite para preparar o seu resumo e apresentar em uma das modalidades que teremos este ano.

Axé!

Coordenação do VIII CONGEAfro: esperançar em crises históricas.

 

Referência:

NASCIMENTO, Elisa Larkin & GÁ, Luiz Carlos. (Orgs.). Adinkra: sabedoria em símbolos africanos. Rio de Janeiro: Pallas, 2009.


quarta-feira, 4 de agosto de 2021

 

"Criações da Larice", Cartaz: Carloshslv, colagem digital, 2021.

“Criações da Larice”

“Criações da Larice” faz parte do podcast “Arte como Narrativa e Cuidado” (Projeto de Pesquisa DEA/Roda Griô/PROPESQI/PREXC/UFPI). Vamos ouvir a narrativa da jovem Larice Monteiro, uma mulher afrodescendente brasileira que nasceu em Teresina, no Piauí, mas reside em Timon, no Maranhão. O nome da sua página no Instagram chama-se @laricemis. Sua história de vida passa-se em um ambiente onde a mãe e toda a família sempre a incentivava a criar arte no cotidiano. Larice narra um pouco da sua história como cuidado de si e nos faz refletir sobre suas experiências e as nossas.  

Aproveite, ouça o nosso podcast (links abaixo), veja as imagens das artes da Larice Monteiro e deixe sua mensagem acessando nosso Instagram e Facebook, abaixo. Gratidão!

Ouça o podcast em:

Spotify: https://open.spotify.com/show/3pnjDqPkV3Ofo4fxancUZe.

Google Podcasts:  https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9hbmNob3IuZm0vcy8zMDZhNjVhMC9wb2RjYXN0L3Jzcw==.

Apple Podcasts: https://podcasts.apple.com/us/podcast/arte-como-narrativa-e-cuidado/id1560181906?uo=4

Acesse @roda_grio (Instagram) e RodaGriô Congeafro (Facebook) para ver as imagens e deixar sua mensagem.



sexta-feira, 23 de julho de 2021

 "Bonecas da DrikaMaria"

Cartaz: Carloshslv, Colagem digital, 2021.

“Bonecas da DrikaMaria” faz parte do podcast “Arte como Narrativa e Cuidado” (Projeto de Pesquisa DEA/Roda Griô/PROPESQI/PREXC/UFPI). Vamos ouvir a narrativa da jovem Adriana Borges, uma mulher afrodescendente brasileira de Teresina, no Piauí. O nome da sua página no Instagram chama-se @drikamaria1. Sua história e sua arte estão intrinsicamente juntas. Drika nos traz a sua história e sua arte como cuidado e nos faz refletir sobre raça, gênero, classe, arte e educação assim como as outras mulheres que já estiveram aqui no nosso podcast.

Aproveite ouça o nosso podcast (links abaixo), veja as imagens das artes da DrikaMaria e deixe sua mensagem para ela acessando nosso Instagram e Facebook, abaixo. Gratidão!

 

Ouça o podcast em:

Spotify: https://open.spotify.com/show/3pnjDqPkV3Ofo4fxancUZe.

Google Podcasts:  https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9hbmNob3IuZm0vcy8zMDZhNjVhMC9wb2RjYXN0L3Jzcw==.

Apple Podcasts: https://podcasts.apple.com/us/podcast/arte-como-narrativa-e-cuidado/id1560181906?uo=4

 

Acesse @roda_grio (Instagram) e RodaGriô Congeafro (Facebook) para ver as imagens e deixar sua mensagem.

 


quarta-feira, 30 de junho de 2021

 Capim Dandá da Wanessa

Colagem digital de Carloshslv, 2021

“Capim Dandá da Wanessa” faz parte do podcast “Arte como Narrativa e Cuidado” (Projeto de Pesquisa DEA/Roda Griô/PROPESQI/PREXC/UFPI). Vamos ouvir a narrativa da jovem Wanessa Campos, uma mulher afrodescendente brasileira São Paulo. O nome da sua página no Instagram chama-se Capim Dandá. Sua história e sua arte estão intrinsicamente juntas. E o nutrir-se com os cuidados é a transformação necessária para estarmos vivas/os, nos lembra seu narrar.

Aproveite ouça o nosso podcast (links abaixo), veja as imagens das artes da Wanessa e deixe sua mensagem para ela acessando nosso instagram e facebook, abaixo. Gratidão!

Ouça o podcast em:

Spotify: https://open.spotify.com/show/3pnjDqPkV3Ofo4fxancUZe.

Google Podcasts:  https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9hbmNob3IuZm0vcy8zMDZhNjVhMC9wb2RjYXN0L3Jzcw==.

Apple Podcasts: https://podcasts.apple.com/us/podcast/arte-como-narrativa-e-cuidado/id1560181906?uo=4

Acesse: @roda_grio (Instagram) e RodaGriô Congeafro (Facebook) para ver as imagens e deixar sua mensagem.

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