MEMÓRIAS DA RODA
Quando
a Roda gira e giramos na roda
Surge
sempre questão que nos incomoda
Depois
de sobre as cotas, com o Áureo assuntar
Foi
a vez de, na Roda, a África estudar
Com
o Francis, nosso Mestre,que a Roda fez Rodar
E,
entorno das africanidades, problematizar!
Por
que a África estudar? A questão se pôs
E
muitos pensamentos vieram depois.
E
no girar da Roda, pudemos entender
Que
para falar da “África- é preciso conhecer”
Buscando,
com cuidado, mitos desfazer
Estereótipos
superar e racismos combater!
Que
África conhecemos? Foi uma inquietação
Vieram
logo as memórias da nossa formação.
Em
que a África ensinada nos seriados da TV,
No
rádio, na escola, e nos jornais que se lê
É
uma África inventada, inferiorizada a meu ver,
Por
quem teve a intenção da hegemonia manter!
Ainda
com as evidências das contribuições
Do
povo africano para todas as nações
Constata-se,
porém, com facilidade
Quando
nos cursos sobre a África, a perplexidade
Demonstrando
desconhecer-se sua diversidade
Focando-se
apenas nas calamidades.
Estudar
sobre a África e sua complexidade
Não
é o maior problema, Cunha disse uma verdade.
Mas
os preconceitos adquiridos, ao longo da formação
Que
fundados nos racismos, são desinformação.
E
nos impedem de ter uma nova visão
Sobre
a África, seus valores de mãe das nações.
Sobre
a África, Griôs, é preciso saber,
Que
não é um país, como se ouve dizer.
Mas
um continente, com imensa riqueza,
Que
tinha sua história e escrita, com certeza
E
foi a colonização que lhe trouxe pobreza
Escravizando
sua gente, com muita avareza
Quanto
mais girava a Roda, mais se ouvia voz
Dizendo
que estamos na África e a África está em nós.
E
que o estudo da África, mesmo não explorado tão bem
Pode
começar de nós mesmos, com o material que se tem
Pesquisando
e ampliando e indo mais além
Pois
recontar essa história a todos(as) convém.
Girando,
girando a Roda trará
Outra
questão para nos provocar.
Se
somos da Africa, somos afrodescendentes,
E
não preto ou pardo como chamam a gente.
Ou
ainda mulato, mestiço ou outros, de repente.
Discutir a questão considero pertinente.
Por: Raimunda Ferreira Gomes Coelho
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