Mediadores: Simoní Portela e Carlos Henrique Dia: 23/10/2020
(Meet: https://meet.google.com/nni-xswd-hby)
1. Memória e sensibilização:
Casca de Baobá como memória, oralidade e ancestralidade – existências de uma afrodiaspórica viva, política, histórica e interepistêmica;
Baobá – força vital que estrutura linguagem, cosmopercepções para (re)existir em meio a injustiça cognitiva uno-versalizada;
O que lembramos e escrevemos com as cascas do Baobá?
Quais as cascas de Baobá – e essas como lócus – para existir, resistir e portestar/manifestar-se?
2. Referência:
Texto: Trabalho e Justiça Social A Questão Racial e o novo coronavírus no Brasil - Nilma Lino Gomes, Julho de 2020. Disponível: https://drive.google.com/drive/u/7/folders/1X1PospPLyqqp-AVeSxtzBsGRgd-92dRZ
Vídeo: Esperança e imaginação política – Canal Tempero Drag. Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=iqI7ZHVniSg
Vídeo: Emicida anuncia ausência em protestos por conta da Pandemia do coronavírus. Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=EcoNpF-eZNM&feature=youtu.be
3. Mais sensibilização:
O que é manifestação e protesto?
É um ato coletivo em que os cidadãos se reúnem publicamente para expressar uma opinião pública. No Brasil, o direito de manifestação e protesto constitucionalmente pela combinação de três direitos elencados no artigo 5º da Constituição Federal. Entre eles liberdade de expressão, liberdade de reunião, liberdade de associação, entre outros. Mas afinal, que manifestações e protestos aconteceram durante a pandemia? Historicamente sempre estivemos em manifestação e protesto, antes mesmo da pandemia. A crise com o coronavírus (covid19) apenas acentuou ainda mais as desigualdades sociais, o principal gatilho para todas as ações a seguir. Uma listagem de algumas das manifestações e protestos que aconteceram e acontecem durante a pandemia, entre eles:
O panelaço #ForaBolsonaro, tuitaço #AdiaEnem, #blacklivemastter e #VidasNegrasImportam, atos de rua com as torcidas organizadas pela democracia, manifestações em Defesa dos trabalhadores da Saúde, Manifestações em defesa da amazônia e o pantanal, Manifestções contra o extermínio dos povos quilombolas, indígenas, Manifestações contra Interventores nas Universidades Públicas, manifestações pro e contra o aborto, manifestções grito dos excluídos, movimento 300 liderado pela Sara winter, carreatas de apoio ao bolsonaro e a reabertura precoce do mercado, entre diversas outras ações.
[...] É tempo de caminhar em fingido silêncio, e buscar o momento certo do grito... A mística quilombola persiste afirmando: a liberdade é uma luta constante”. (Tempo de nos aquilombar – Conceição Evaristo);
MANIFESTAÇÃO 1 minuto de silêncio por nossas memórias
RODA GRIÔ – espaço/quilombo de manifestação/protesto – silêncio e grito
Quais espaços / tempos usamos para nos manifestar e/ou protestar?
4. Sobre o texto – conscientizar-se para existir/resistir/cuidar de si/nós:
Por quem ou porque estamos lutando? Quais sujeitos protestam e sob quais condições?
Os protestos/manifestações são respostas a que ou a quem?
Quem é mais afetado pela crise do novo coronavírus no Brasil? p. 3
População afrodescendente/povos originários/quilombolas/mulheres/periféricos em contexto pandêmico – realidade que se sustenta pela violência histórica e estrutural como norma e não como algo episódigo.
Dados: Os negros representam 75,2% da parcela da população com os menores ganhos e apenas 27,7% dos 10% da população que tem os maiores rendimentos registrados pelo IBGE. p. 2
Dados: Enquanto 27,9% das pessoas brancas vivem em domicílios sem ao menos um serviço de saneamento, a proporção sobe para 44,5% entre pretos e pardos. p. 2
Pandemia e as aulas remotas: Os dados ainda mostram que em relação ao acesso à internet por pessoas entre 15 e 29 anos, 92,5% são brancos e 84,3% negros. A proporção sobre o uso do microcomputador para acessar a rede mundial, é de 61,6% entre brancos e 39,6% entre pretos e pardos. p. 2
Necropolítica - Administrar o mundo global é produzir a morte – a raça aparece como mecanismo classificatório/escolha de quem vive e quem morre. p.3
Quais são as situações de vulnerabilidade e precariedade que lhes acometem? Para enxergá-las, é preciso desnaturalizar o nosso olhar de miopia social e racial produzida pelo mito da democracia racial. p.4
No Brasil, embora todas as estatísticas apontem para o genocídio da juventude negra e atos bárbaros como a morte... Não provocam espanto. p. 8
Trata-se do desafio de zelar pela vida e, ao mesmo tempo, agir politicamente diante da perversa imbricação entre pandemia, racismo, fascismo e necropolítica. Somos desafiados a mobilizar a nossa justa ira, nos dizeres de Paulo Freire, e ao mesmo tempo cuidar uns dos outros. p.9
Lutar contra a crise do novo coronavírus, numa perspectiva antirracista, é lutar contra o racismo, o cinismo social, o capitalismo, o neoliberalismo e a necropolítica. O caráter estrutural e estruturante da raça em nossa história social, política, econômica, cultural e educacional é de tal ordem que, ao considerarmos o seu peso na produção das desigualdades e na imbricação com o capitalismo, conseguimos refletir sobre os principais dilemas do Brasil e apontar caminhos mais democráticos para a nação. p.11
... Para continuarmos lutando/manifestando/protestando/existindo
“É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo…” (Paulo Freire)
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