sábado, 6 de agosto de 2011

Mulheres, negros e Mercado de Trabalho

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=0RlnpwW4XN8 
Acesso em: 06 de ago. 2011.

Vejam esse vídeo
Enviado por em 27/04/2011 para o YOUTUBE.COM
Sexta produção da série Jornada: um olhar sobre o mundo do trabalho.

Tesouro africano na PUC-Rio: Lançamento Coleção História Geral da África


Disponível em:  http://www.abpn.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=963%3Atesouro-africano-na-puc-rio-lancamento-colecao-historia-geral-da-africa&catid=1%3Anoticias&Itemid=24&lang=pt
Acesso: em 02 de ago. 2011.
Escrito por Karla Leandro Rascke   
Qui, 28 de Julho de 2011 09:22 














Ano Internacional do Afrodescendente, proclamado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, 2011 contará com um evento que vem para somar na valorização da cultura e na defesa dos direitos fundamentais dos negros. No dia 11 de agosto, das 9h30m às 20h, a PUC-Rio realiza, em parceria com a UNESCO, o MEC e a Cátedra UNESCO de Leitura PUC-Rio o evento “Tesouro africano no Rio: lançamento da Coleção História Geral da África”. No dia será lançada uma coletânea com oito volumes sobre a historiografia do continente africano no período pós-colonial.
A obra foi produzida pela UNESCO e por profissionais africanos, no próprio continente, e foi traduzida para o português pela Universidade Federal de São Carlos. Para a PUC-Rio sediar um encontro como este é poder afirmar o trabalho que a universidade desenvolve em prol da liberdade e da afirmação da igualdade racial.

O evento será dividido em mesas redondas que debaterão temas relacionados à obra lançada e à condição do negro no Brasil e no mundo. Entre os convidados estarão o representante da UNESCO no Brasil, Vincent Defourny; o coordenador de diversidade do MEC, Antônio Mário Ferreira; o membro da Frente Parlamentar pela Igualdade Racial, o deputado federal Edson Santos; e a atriz e poetisa Elisa Lucinda.

O encontro servirá, também, para homenagear o ex-senador e ex-deputado federal, o ativista Abdias Nascimento que morreu em maio deste ano. Sua mulher, Elisa Larkin Nascimento, participará de uma das mesas representando o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros (IPEAFRO), fundado por Abdias, em 1981, para lutar pelos direitos dos povos negros, principalmente na educação e na cultura. O evento será gratuito e se realizará no auditório do RDC.

Programação
9h – Sessão solene de lançamento da Coleção História da Geral da África
Convidados:
Vincent Defourny – Representante da UNESCO no Brasil
Antônio Mário Ferreira – Coordenador geral de educação para as relações étnico-raciais da SECADI/MEC
Targino de Araújo Filho – Reitor da Universidade Federal de São Carlos
Josafá Carlos de Siqueira – Reitor da Pontifícia Universidade Católica
Edson Santos – Deputado Federal
Jean Wyllys – Deputado Federal

10h:30m – 12h:00m - História da África: aproximações
Coordenação de Elói Ferreira de Araújo – Fundação Cultural Palmares
Afro-centricidade e a História do negro no Brasil
Elisa Larkin Nascimento – Ipeafro
A construção de uma obra monumental
Valter Roberto Silvério – Universidade Federal de São Carlos
Histórias e historiografias africanas pós-coloniais
Embaixador Alberto da Costa e Silva – Embaixador na Nigéria e no Benim, Academia Brasileira de Letras

12h:00m – 14h:30 – Intervalo para almoço
Etni@cidades – Show na concha acústica Junito Bandão
Raul de Barros Jr.

14h:30m – 16h:30m - Arte e afrocentricidade: novas narrativas
Coordenação de Sônia Maria Giacomini – Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente da PUC-Rio
Comentário Eliana Yunes – Cátedra UNESCO/PUC-Rio de Leitura
Pra causar boa impressão
Nei Lopes – Compositor e escritor
Assim foi: se nos parece
Joel Rufino dos Santos – Escritor e historiador
Ponciá: vivência
Conceição Evaristo – Escritora
Mulata: exportação
Elisa Lucinda – Poetisa, atriz

16h:30m – 18h:30m – Comunidades tradicionais: valores ancestrais, novos sujeitos.
Coordenação de Frei David Ofm – Educafro
Comentário de Denise Pini Rosalem da Fonseca – Mapeamento das Casas de Religiões de Matrizes Africanas no Rio de Janeiro, PUC-Rio/SEPPIR/PR
Quilombos e preservação de patrimônios da alteridade
Alexandre Nascimento – Convergência - Instituto de Estudos Sócio-Ambientais/IESA
Valores africanos que confluem na relação homem-natureza Jêje no Brasil

Maurício Aguiar Dias - Pai Maurício T´Yemonja – Kwe Seja Peja Ci
A importância das Yalorixás no Brasil
Beatriz Moreira Costa - Mãe Beata de Yemonjá – Ilê Omi Ojuarô

18h:30m – 18h:40m – Apresentação de vídeo de Abdias do Nascimento

18h:40m – 20h:00m - Coquetel de encerramento no lobby do auditório
Assessoria de Comunicação Social PUC-Rio

Afrodescendente, o neonegro

Autor: Antonio Risério

Disponível em: . Data de publicação: Quarta, 10 de janeiro de 2007, 07h52.
Acesso em: 01.08.2011.

Não existem mais pretos no Brasil. Agora, são todos "afrodescendentes". Aliás, houve um momento em que a palavra "preto", sabe-se lá por quê, foi considerada pejorativa. Ninguém era, ou melhor, ninguém queria ser "preto". Todo mundo era ou queria ser "negro". Curiosamente, o que acontecia nos Estados Unidos era justamente o contrário. A expressão "negro" é que era denunciada, atacada como racista. Nos EUA, ninguém queria ser "negro". Eram todos "pretos". Black. Não havia um "poder negro", mas um "poder preto", black power. E o marketing da auto-estima negra fazia circular, com sucesso extraordinário, o slogan "black is beautiful" - 'preto é bonito'.
Em termos lógicos, a frase deveria ser considerada racista, do ponto de vista de nossos movimentos negros, durante as décadas de 70 e 80 do século passado... Mas isso ficou para trás. Nossos ideólogos racialistas simplesmente arquivaram os vocábulos "preto" e "negro". O que passou a existir, de uns tempos para cá, foi uma nova categoria. Uma espécie de neonegro - o afrodescendente. Mas o que é mesmo que isso significa? Vamos por partes, como diria Jack, o estripador.
O sintagma "afrodescendente" é uma das fórmulas verbais mais repetidas (e mais lustrosas) do atual léxico ativista que grupos negromestiços brasileiros importaram dos EUA nesses últimos anos. Fórmula, sim. E adotada pelo poder, por nossos governantes, por tudo quanto é político que, pouco importa se de "direita" ou de "esquerda", anda sempre à cata de votos, de aprovação, de ser considerado "progressista" (outra fórmula que faz muito pouco sentido, remetendo, na verdade, às perspectivas e esperanças da Revolução Industrial, que colocou o "progresso" como objetivo supremo da humanidade), de obter alguma espécie de aval ou beneplácito social. Mas, se a fórmula "afrodescendente" pode ser perfeita com relação à situação norte-americana, seu foco, certamente, não incide sobre nós.
Porque tal fórmula ou conceito, tal "ideologema" (como diriam os estruturalistas), apenas sublinha e recorta, cirurgicamente, uma realidade preexistente: o fracionamento étnico de uma nação. Coisa que, se sempre foi facilmente verificável nos Estados Unidos, nunca chegou a se desenhar com clareza no Brasil, com a nossa profusão - socialmente reconhecida, o que é fundamental - de seres mesclados ou híbridos.
Houve uma tentativa anterior de operar nesta direção cirúrgica. Uma investida político-ideológica que apostou no fracionamento racial ou étnico do povo brasileiro. Foi na década de 1930, quando o pensamento nazista pintou por aqui. Ali, pela primeira vez em nossa história moderna, topamos com um empreendimento assemelhado ao atual esforço de aplicação da categoria "afrodescendente". Em "A Identidade do Brasil Meridional" (texto incluído na coletânea "A Crise do Estado-Nação", organizada por Adauto Novaes), o sociólogo Ricardo Costa de Oliveira, citando um certo Mário Martins, sintetiza:
"Os primeiros intelectuais que elaboraram a diferenciação dos brasileiros por categoria étnica ou religiosa foram os nazistas. O movimento nazista não empolgou a grande maioria dos brasileiros descendentes de alemães, mas também está longe de ter sido uma minoria completamente irrelevante. De acordo com o discurso nazista, não haveria povo brasileiro. 'Não havia, nunca existiram brasileiros, salvo os indígenas. Havia os luso-brasileiros, os sírio-brasileiros, os franco-brasileiros, os afro-brasileiros e etc.' Em 1937, reuniu-se o Terceiro Congresso do Círculo Teuto-Brasileiro... Suas posições intelectuais apontavam para a formação de uma consciência étnica que se manifestasse em uma comunidade distinta e separada enquanto teuto-brasileira... 'Como no Brasil a etnia lusitana é a portadora da cultura oficial, da língua oficial e do poder político, entende-se hoje no Brasil por nacionalidade o reconhecimento da chefia política dos lusos... Nós não reconhecemos a etnia lusitana como representante exclusiva do nacionalismo brasileiro... Com isso nós nos tornamos uma minoria étnica e criamos uma situação semelhante à dos alemães dos sudetos'. O teuto-brasileirismo era interpretado como 'o gérmen do retalhamento do Brasil, com o nazismo no momento, ou com outro nome qualquer futuramente'".
Meus amigos dos movimentos negros (no plural, sempre) que me desculpem: o parentesco é desconfortável, mas é real. Começa com o nazismo esse tipo de leitura que aponta para a divisão étnica ou racial do país. E o parentesco, além de desconfortável, nada tem de superficial ou distante. Pelo contrário: é íntimo e profundo.
Mas vamos adiante. Modismo terminológico à parte, o que o conceito de "afrodescendente" tem a ver com a condição, a circunstância e o momento do negromestiço brasileiro hoje?
É mais do que evidente que milhões de brasileiros possuem ascendência africana, embora raríssimos tenham alguma idéia da parte e do povo da África aos quais suas origens poderiam ser eventualmente retraçadas. Mas o conceito de "afrodescendente" não se refere a esta realidade óbvia e geral. Ao contrário, comprime e estreita o horizonte, afunilando-o numa direção precisa. Quando um indivíduo nascido no Brasil se define como "afrodescendente", ele, desde que saiba do que está falando (o que nem sempre acontece, mesmo no meio universitário e independentemente de cor, classe, credo e preferências sexuais), nos diz o seguinte: que se vê, se sente e se percebe, em primeiro lugar, como um descendente de africanos. E só então, secundariamente, como brasileiro.
Ao Brasil caberia, nesse quadro, um lugar identitário subordinado. Teríamos, assim, o ser brasileiro como complemento ou apêndice do ser africano - e de um ser africano mítico, não é preciso dizer. Bem, é possível que o tal indivíduo acredite piamente no que diz. Afinal, é a ideologia, não a fé, que move montanhas. Mas é evidente que estamos diante de uma fantasia. Ou será que Geraldo Pereira, Pelé, Marisa Montini, Emanoel Araújo, Martinho da Vila, Romário, Camila Pitanga, Lázaro Ramos e Tati Quebra-Barraco se achavam ou se acham principalmente africanos - e só secundariamente brasileiros?

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