domingo, 22 de janeiro de 2017

Diário da roda do dia -13.01.2017

MEMÓRIAS DA RODA   

Quando a Roda gira e giramos na roda
Surge sempre questão que nos incomoda
Depois de sobre as cotas, com o Áureo assuntar
Foi a vez de, na Roda, a África estudar
Com o Francis, nosso  Mestre,que  a Roda fez Rodar
E, entorno das africanidades, problematizar!

Por que a África estudar? A questão se pôs
E muitos pensamentos vieram depois.
E no girar da Roda, pudemos entender
Que para falar da “África- é preciso conhecer”
Buscando, com cuidado, mitos desfazer
Estereótipos superar e racismos combater!

Que África conhecemos? Foi uma inquietação
Vieram logo as memórias da nossa formação.
Em que a África ensinada nos seriados da TV,
No rádio, na escola, e nos jornais que se lê
É uma África inventada, inferiorizada a meu ver,
Por quem teve a intenção da hegemonia manter!

Ainda com as evidências das contribuições
Do povo africano para todas as nações
Constata-se, porém, com facilidade
Quando nos cursos sobre a África, a perplexidade
Demonstrando desconhecer-se sua diversidade
Focando-se apenas nas calamidades.
Estudar sobre a África e sua complexidade
Não é o maior problema, Cunha disse uma verdade.
Mas os preconceitos adquiridos, ao longo da formação
Que fundados nos racismos, são desinformação.
E nos impedem de ter uma nova visão
Sobre a África, seus valores de mãe das nações.

Sobre a África, Griôs, é preciso saber,
Que não é um país, como se ouve dizer.
Mas um continente, com imensa riqueza,
Que tinha sua história e escrita, com certeza
E foi a colonização que lhe trouxe pobreza
Escravizando sua gente, com muita avareza

Quanto mais girava a Roda, mais se ouvia voz
Dizendo que estamos na África e a África está em nós.
E que o estudo da África, mesmo não explorado tão bem
Pode começar de nós mesmos, com o material que se tem
Pesquisando e ampliando e indo mais além
Pois recontar essa história a todos(as)  convém.

Girando, girando a Roda trará
Outra questão para nos provocar.
Se somos da Africa, somos afrodescendentes,
E não preto ou  pardo como chamam a gente.
Ou ainda mulato, mestiço ou outros, de repente.

Discutir  a questão considero pertinente.

Por: Raimunda Ferreira Gomes Coelho


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